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Veja como a tecnologia ajuda uma fazenda a produzir mogno africano

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Reportagem faz parte da série sobre a produção desse tipo de árvore em Roraima

 

O empresário Marcello Guimarães quer plantar a maior floresta de mogno africano do mundo, cerca de 24 mil hectares, em até 10 anos. O trabalho na fazenda Recreio, em Boa Vista (RR), já apresenta bons resultados: cinco anos atrás, o plantio ocupava modestos 14 hectares. Agora, são quase 500 hectares.

O objetivo da empresa é revolucionar o mercado de produção de madeira no Brasil. “A expectativa é de que, nos próximos 36 anos depois do plantio, comecemos a vender madeira para os EUA, Europa, China etc”, conta Guimarães.

Programador de computadores, Marcello apostou em tecnologia para aumentar a eficiência da produção. Junto do irmão, que também é da área de informática, ele investirá R$ 487 milhões no negócio. O faturamento pretendido é de R$ 11 bilhões em pouco mais de 30 anos.

O ritmo do plantio também está acelerado, com média de 150 mil sementes por mês. Segundo a engenheira florestal Poliana Andrade, o diferencial no trabalho é que a qualidade das sementes o processo de quebra de dormência. “Após serem plantadas nos tubetes, elas são encaminhadas para casa de germinação. No início do processo, são irrigadas. Depois cortamos a irrigação durante 24 horas e, posteriormente, ligamos de novo”, explica.

Da germinação ao plantio no campo, o processo dura três meses. De acordo com Poliana, é metade do tempo que o mercado leva (seis meses). Outra diferença é que as plantas vão para o plantio já adequadas à realidade do estado: menores e mais grossas. “Temos a questão do vento muito forte. Elas tendem a tombar menos”, diz.

Para impulsionar o negócio, a fazenda recreio desenvolveu um sistema de parceria com donos de terras da região, repassando 20% da madeira ao proprietário da terra. “Isso significa, em uma propriedade de mil hectares de mogno plantado, retorno de quase R$ 140 milhões”, afirma Guimarães.